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sábado, 27 de fevereiro de 2010

History is not only for the winners. (Parte I)

Bem...

Depois que o Vasco perdeu para o Botafogo na final da Taça Guanabara, o numero de mensagens e reportagens sobre os vices do Vasco são de irritar. Irei apenas escrever algumas verdades com relação a isso. Com relação aos mundiais que perdemos justamente na final, uma coisa quero que os flamenguistas saibam: chegamos a duas finais de mundiais da FIFA num intervalo de dois anos. Um em 1998 contra o Real Madri, e outro em 2000 contra o Corinthians. A mulanbada tem apenas aquele mundial de 82(ou seja, há muito tempo). De lá para cá, nunca mais chegaram à final de mundial nenhum. Perder finais é normal e todos os times do mundo que possuem uma história para contar já perderam varias vezes uma decisão.

Vários times e seleções ficaram na história por seu futebol bonito sem nunca conseguir vencer suas finais. Podemos exemplificar as seleções da Holanda de 1974 e 1978, a seleção da Hungria de 1954, a Tchecoslováquia de 1934 e 1962.

Holanda de 74 e78

Eu sonho um dia ver o Vasco jogar como esta seleção. O Mancine, em uma declaração que deu para a impressa, afirmou que é fã da “Laranja Mecânica” (é assim que ficou conhecida a seleção holandesa de74 e78). Esta seleção praticou um futebol total, ou seja, todos atacavam e todos defendiam, havia uma compactação, que nada mais era que a unificação de todas as linhas das equipes, defesa, meio-campo e ataque. E isso acabou surpreendendo, pela qualidade de seus atletas. Esta seleção contribuiu para um futebol total, uma compactação. Este é um futebol muito difícil de ser repetido porque depende muito da qualidade, da versatilidade e da competitividade dos jogadores. Infelizmente perderam para a Alemanha em 74 e para a Argentina em 78 na final.

Hungria de 54

"Eu mergulhei em pesquisas sobre a seleção húngara que assombrou o mundo no início da década de 50 - vencendo a Olimpíada de 52, chegando ao vice-campeonato na Copa do Mundo de 54, e perdendo apenas uma partida em seis anos (logo a decisão do mundial da Suíça, contra a Alemanha, por 3 a 2 - tendo um gol legal de Puskas anulado injustamente faltando dois minutos para o encerramento do jogo).

Aquela Hungria do técnico Gusztav Sebes revolucionou o futebol, introduzindo um conceito hoje primordial - preparação física - mas principalmente alterando o paradigma tático da época. O primeiro sistema organizado reconhecido no mundo foi o W.M do Arsenal de 1930. Era chamado de W.M porque a disposição dos jogadores no campo (três zagueiros, dois volantes, dois meias e três atacantes) lembrava o desenho destas letras. O Arsenal patrolou adversários e fez com que todos os times e seleções do mundo copiassem o W.M.

Com a Hungria, Sebes conseguiu destravar o segredo do W.M. Afinal, como são duas letras invertidas, os confrontos de times com o mesmo sistema provocavam um espelho completo. Três atacantes x três zagueiros; dois meias x dois volantes. Um verdadeiro encaixe. Mas a seleção que contava com jogadores cerebrais e habilidosos, liderados por Puskas, trouxe uma inovação que repercutiria até no Brasil.

A Hungria jogava no W.W. Simples. Sebes teve a idéia de recuar seu centroavante, Hidegkuti, porque ele não tinha porte físico para trombar com o Stopper ("parador" - posição que daria origem ao nome "zagueiro central" ainda em uso). Com este movimento, o Stopper não sabia se o acompanhava, desguarnecendo a área, ou se ficava parado, permitindo que ele dominasse a bola com liberdade. Nos lados, Puskas e Kocsis eram quase ponteiros, mas também com responsabilidade de conclusão dentro da área.

Sem a bola, a Hungria introduziu ainda o recuo de um dos volantes para a defesa, formando uma linha de quatro zagueiros (movimento que originou a denominação "quarto zagueiro", utilizada até hoje). Segundo os especialistas das bibliografias disponíveis na Internet que eu consultei, foi este W.W com variação para defesa em linha de quatro que originou o 4-2-4 da Seleção Brasileira campeã mundial quatro anos depois, em 1958, com Pelé.

Sebes também mantinha seus jogadores - graças ao conceito de aquecimento e preparação física - em constante movimentação, trocando de posições. Idéia que é considerada também o embrião do Carrossel Holandês de Rinus Michels de duas décadas depois. Ou seja: a Hungria inspirou ao mesmo tempo o Brasil e a Holanda, uma verdadeira revolução. Uma esquadra quase mítica aquela de Puskas!

Pena que a ditadura comunista da Hungria castigou a seleção pela derrota na final da Copa da Suíça, e aquela tradição do futebol se desfez em represália ao regime totalitário que tentava utilizar o futebol como propaganda política. Outra lástima é a semifinal: após passar pelo Brasil em uma verdadeira guerra - o jogo ficou marcado como "Batalha de Berna", a Hungria enfrentou o Uruguai nas semifinais, e precisou disputar uma prorrogação. Chegou aos pedaços na decisão, desgastada, perdendo de virada para a Alemanha - isso que teve um gol surrupiado no fim.

Mesmo sem o título Mundial, ela entrou para história do futebol. A Hungria, com seu W.W à la 4-2-4, foi a primeira seleção nacional emblemática."

Fonte do Texto: aqui


1 comentários:

Unknown disse...

De fato, vários times e seleções ficaram na história por seu futebol bonito, sem nunca conseguir vencer suas finais, a exemplo das seleções citadas. Mas o torcedor vascaíno é realmente muito diferente dos demais porque amamos assistir ver o VASCÃO entrar em campo. E se ele ganha, ótimo; se perde, o time terá a certeza de que nós, torcedores de coração, acompanharemos nosso time sempre, sempre e sempre, porque somos amantes de um futebol arte! E nosso VASCÃO já nos deu muitas vitórias, muitos títulos, muitas alegrias e nos dará muito mais.
Parabéns pelo texto, pelo desabafo e pelo blog.

Grande abraço.
Saudações Vascaínas!